PSDB perde todos os vereadores em São Paulo e MDB de Nunes torna-se a maior bancada | Política

Redação
por Redação

A debandada dos vereadores eleitos pelo PSDB em São Paulo fortaleceu o MDB, partido do prefeito e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes, que passou a ter a maior bancada da Câmara Municipal paulistana. Nesta semana, o PSDB perdeu os oito vereadores da sigla e ainda não definiu qual rumo tomará na disputa pela capital paulista.

PSD, PL, Podemos e União Brasil também foram favorecidos com a migração dos ex-tucanos.

Dos oito vereadores que deixaram o PSDB, quatro escolheram o MDB: Sandra Santana, Gilson Barreto, Fabio Riva e João Jorge. O vereador Aurélio Nomura foi para o PSD; Rute Costa para o PL; Beto do Social migrou para o Podemos e Xexéu Tripoli deve filiar-se ao União Brasil.

O secretário municipal de Assistência Social e vereador licenciado, Carlos Bezerra Junior, pediu a desfiliação do PSDB e deve ir para o PSD. Bezerra deixará o cargo na prefeitura nesta semana para voltar à Câmara Municipal e disputar um novo mandato.

O MDB do prefeito Ricardo Nunes recebeu, além dos quatro ex-tucanos, Paulo Frange (ex-PTB) e Sidney Cruz (ex-Solidariedade) e agora terá dez vereadores. A legenda perdeu Janaina Lima, que foi para o PP, mas a parlamentar continua na base de apoio do prefeito.

As desfiliações se concentraram nesta semana, perto do fim da janela partidária, que termina nesta sexta-feira (5). Durante um mês, os vereadores puderam mudar de partido sem o risco de perder o mandato.

Com a maior bancada e a pré-candidatura à reeleição do prefeito, o MDB tentará turbinar a eleição de vereadores em outubro na capital paulista. O partido de Nunes estava enfraquecido na cidade e em 2022 elegeu três dos 55 vereadores. Quatro anos antes, em 2016, elegeu dois.

A segunda maior bancada da Câmara Municipal é a do PT, com nove vereadores. Em 2020, PT e PSDB elegeram as maiores bancadas, com oito parlamentares cada.

Os vereadores que deixaram o PSDB se queixam da crise interna enfrentada pelo partido e da falta de estrutura para disputar a eleição. “O PSDB não está conseguindo nem fechar a chapa para disputar a Câmara Municipal. Ninguém quer ser candidato pelo partido, com essa indefinição toda”, afirmou João Jorge, que deixou a legenda depois de 32 anos filiado. “Eu era um tucano raiz”, disse.

Os parlamentares que estavam filiados à legenda querem apoiar a reeleição de Nunes. Já o diretório municipal, comandado pelo ex-senador José Aníbal, não quer compor com o prefeito e ensaia o lançamento de uma candidatura própria ou o apoio à pré-candidata Tabata Amaral (PSB). A sigla, no entanto, não tem um nome competitivo para disputar.

Em menos de quatro anos, o PSDB implodiu em São Paulo, berço político do partido. Em 2020, a legenda reelegeu o prefeito Bruno Covas e fez a maior bancada de vereadores, ao lado do PT. Na época, o partido estava em sua sétima gestão consecutiva no governo do Estado de São Paulo.

Em 2021, Covas morreu e assumiu o vice, Ricardo Nunes. Em 2022, o partido perdeu, já no primeiro turno, a disputa pelo governo paulista. Desde então, desidratou-se no interior. Os cerca de 240 prefeitos que o partido teve em 2021 hoje minguaram para aproximadamente 20 no Estado.

João Jorge, vereador de São Paulo — Foto: André Bueno/Rede Câmara SP

Fonte: Externa

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