O México anunciou na noite de ontem que irá romper relações diplomáticas com o Equador depois que a embaixada mexicana em Quito foi invadida pela polícia equatoriana para capturar o ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas, que buscava asilo político com o governo da Cidade do México.
Leia também: Diplomacia latino-americana se transforma em provocações de quinta série
Em nota, o governo do Equador disse que Glas foi “condenado a uma pena de prisão pela justiça equatoriana, foi detido esta noite e colocado à disposição das autoridades competentes”.
A decisão de prender o ex-vice-presidente aconteceu horas depois que o presidente mexicano concedeu asilo diplomático ao político equatoriano, uma ação que o governo de Quito considerou como “contrária ao quadro jurídico convencional”.
Jorge Glas foi condenado em 2017 a seis anos de prisão como autor de um crime de associação ilícita no caso de corrupção ligado à empreiteira brasileira Odebrecht.
Em 2020, a justiça equatoriana o considerou culpado de cometer o crime de suborno passivo agravado, pelo qual foi condenado a oito anos de prisão.
Em novembro de 2022, Glas obteve liberdade provisória após cumprir parcialmente sua sentença de quatro anos e meio, depois que seu advogado apresentou um recurso de habeas corpus.
Glas entrou na Embaixada do México em dezembro do ano passado como hóspede. Naquela época, seu representante legal disse que o ex-funcionário era vítima de perseguição e temia por sua integridade.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores do México,Alicia Bárcena, Glas procurou a embaixada mexicana no dia 17 de dezembro expressando “temor por sua segurança e liberdade pessoal”.
Durante a ação policial, o embaixador do México no país, Roberto Canseco, tentou questionar os policiais e impedir a prisão de Glas, mas foi detido por autoridades. Em entrevista a “CNN en español”, o diplomata disse que a ação foi “totalmente inaceitável” e que representava um “atropelo ao direito internacional”.