A safra de laranja do cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais em 2023/24 terminou com uma produção de 307,22 milhões de caixas de 40,8 kg, queda de 2,2% ante o ciclo anterior, estimou nesta quarta-feira (10) pesquisa do Fundecitrus, em parceria com a Markestrat e universidades.
A última estimativa para 23/24 ficou 0,69% abaixo da primeira projeção, divulgada em maio de 2023, por condições climáticas desfavoráveis, disse o coordenador da Pesquisa de Estimativa de Safra do Fundecitrus, Vinícius Trombin.
“A transição do primeiro semestre chuvoso em 2023 para um déficit de precipitação no segundo semestre, que se prolongou até o fim da temporada em 2024, impactou a produção das laranjeiras”, afirmou ele, em nota.
Ele citou ainda o “agravamento” do greening e a colheita mais acelerada nesta temporada, o que encurtou o período de desenvolvimento das laranjas, como fatores impactantes.
“A combinação desses fatores resultou em frutos de tamanhos menores do que o esperado das variedades de meia-estação e tardias”, pontuou.
Segundo o Fundecitrus, o ritmo mais acelerado de colheita foi uma estratégia para diminuir a taxa de queda de frutos e reduzir as perdas na produção.
Contudo, a taxa de queda de frutos ainda permaneceu acima dos níveis históricos, especialmente devido ao impacto do greening, segundo o fundo de pesquisas.
Sob o impacto do greening, doença que não tem cura e reduz a produtividade dos pomares, a principal região citrícola do Brasil (maior produtor e exportador de suco de laranja) tem colhido menos laranja do que o potencial.
A taxa acumulada desde o início da safra foi de 19,0%, e a perda de produção resultante da queda prematura de frutos foi estimada em 72 milhões de caixas.
Dentre os motivos da queda de frutos, o principal nesta safra foi o greening, com 8,35% dos 19% totais, o que representa 32 milhões de caixas que caíram prematuramente, segundo relatório do Fundecitrus.
Em seguida, dentre as pragas e doenças, vieram o bicho-furão e as moscas-das-frutas (juntos, 5,05%). Em terceiro lugar, a categoria que abrange a queda natural (2,00%) e a mecânica (1,02%), seguidos por outros fatores.