A Índia e seus vizinhos do sul asiático não estão criando empregos suficientes para sustentar suas populações jovens, alertou um relatório divulgado nesta terça-feira (2) pelo Banco Mundial, colocando em risco a vantagem demográfica da região, mesmo enquanto registra o crescimento econômico mais rápido do mundo.
Além disso, de 2000 a 2023, o emprego cresceu 1,7% ao ano, enquanto a população em idade ativa aumentou em 1,9% ao ano, sinal de que a região não está criando empregos suficientes para suas populações jovens e em crescimento.
“É uma oportunidade perdida. É quase como se a vantagem demográfica estivesse sendo desperdiçada”, disse Franziska Ohnsorge, economista-chefe do Banco Mundial para o sul da Ásia, ao “Financial Times”.
A questão do desemprego se tornou particularmente delicada na Índia, que luta para criar empregos suficientes apesar de seu rápido crescimento econômico. A taxa de desemprego entre jovens foi de 45,4% em 2023, de acordo com o Centro de Monitoramento da Economia Indiana.
O relatório acrescenta que o sul asiático foi “a única região onde a parcela de homens em idade ativa empregados caiu nas últimas duas décadas”. A falta de empregos para mulheres é outro desafio, já que a taxa de emprego feminino da região, incluindo a Índia, está entre as mais baixas do mundo, menos de 40%.
A falta de empregos acontece enquanto o Banco Mundial espera que a economia do sul da Ásia continue crescendo mais rápido do que qualquer outra região nos próximos dois anos, a 6% em 2024 e 6,1% em 2025.
A economia da Índia, que no ano passado ultrapassou a China para se tornar o país mais populoso do mundo, com 1,4 bilhão de pessoas, deve ter crescido 7,5% no ano fiscal até março, acima dos 7% do ano anterior.
Segundo o Banco Mundial, o crescimento do país se recuperou fortemente após a pandemia, impulsionado pelos gastos do governo e, mais recentemente, pela indústria da construção, mas o investimento privado na terceira maior economia da Ásia tem permanecido fraco, prejudicando a criação de empregos.