O mau humor observado nos mercados financeiros na sexta-feira, gerado por uma fuga dos ativos de risco em direção a ativos mais defensivos, como o ouro e os Treasuries, dá lugar a um alívio nos ativos globais nesta manhã. Os agentes já haviam se preparado para uma escalada nas tensões no Oriente Médio no fim de semana, o que se concretizou com o ataque do Irã a Israel. No entanto, predomina a avaliação de que não houve uma evolução ainda pior da situação, o que era um temor entre os participantes do mercado na sexta-feira, e, assim, os mercados esboçam uma recuperação.
Essa reação dos mercados, porém, é bastante tímida. Os investidores seguem cautelosos com a situação, enquanto aguardam notícias sobre a retaliação de Israel aos ataques iranianos. “A abertura de hoje sugere que o cenário base da maior parte do mercado permanece de que o conflito não deve escalar em maiores proporções, ao menos por ora, visto que os Treasuries abrem taxa [sobem], os futuros das bolsas americanas sobem e o DXY cai, assim como o petróleo”, observam os estrategistas macro da XP.
Por volta de 7h55, o futuro do S&P 500 subia 0,43%; o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de outras seis moedas fortes, caía 0,11%, aos 105,93 pontos; e a taxa da T-note de dez anos subia 4,4 pontos-base, para 4,576%.
Os mercados, agora, se voltam para as discussões sobre os rumos da economia dos Estados Unidos, na tentativa de calibrar as apostas sobre quando as taxas de juros devem começar a cair. Nesse sentido, a agenda desta segunda-feira reserva atenção especial, dado que as vendas no varejo de março (9h30) são o principal destaque. Além disso, discursos de diversos dirigentes do Federal Reserve (Fed) devem ser acompanhados com atenção.
Situação semelhante deve ser vista no Brasil, onde a ponta curta da curva de juros tem tido um comportamento bastante volátil. Assim, a palestra do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, às 16h, também deve ser observada com atenção pelos investidores. É possível que haja algum alívio nos juros, porém, diante da queda dos preços do petróleo e da possibilidade de recuperação do real, embora os Treasuries exerçam força contrária nesta manhã. A apresentação da meta de resultado primário de 2025 também permanece no foco dos agentes.