Parasita que viveu no olho de mulher por 2 anos pode ter vindo de crocodilo

Redação
por Redação

Oftalmologistas encontraram um parasita que vinha crescendo no olho de uma jovem congolesa há dois anos. A espécie pode passar de répteis para seres humanos, e os médicos apontaram a carne de crocodilo como fonte da contaminação. Um artigo sobre o caso foi publicado na JAMA Ophthalmology.

(Imagem: JAMA Network / American Medical Association)

A mulher apresentava um tipo raro de infecção conhecido como pentastomíase ocular, causada por parasitas chamados pentastomídeos. No caso da jovem, um parasita se alojou sob a conjuntiva – membrana externa transparente – do olho esquerdo, onde cresceu até atingir cerca de 10 milímetros de comprimento.

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Parasita comum em cobras pode se hospedar em crocodilos

Além de uma massa no canto do olho, a paciente não apresentou outros sintomas. Após um exame que mostrou que a massa podia se mover, os médicos a removeram cirurgicamente, encontrando uma larva esbranquiçada em forma de “C”. Análises posteriores indicaram que o parasita pertencia a uma espécie chamada Armillifer grandis.

Na fase final do seu ciclo de vida, os Armillifer utilizam cobras como hospedeiros, depositando ovos em suas vias respiratórias. Os ovos saem dos pulmões e deixam as cobras através da boca ou do trato digestivo. Uma vez soltos no meio ambiente, os parasitas são apanhados por roedores ou outros pequenos mamíferos, transformando-se em larvas nos hospedeiros – que, logo, são comidos por cobras.

(Imagem: Alauddin Abbasi/Shutterstock)

A contaminação pelo A. grandis em humanos pode acontecer pela ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos do parasita, explicam os médicos. A paciente afirmou nunca ter comido ou manuseado cobras, mas estava acostumada a consumir carne de crocodilo. “Nenhum caso de infecção ocular por Armillifer foi relatado em indivíduos que comem carne de crocodilo, mas os crocodilos podem ser infectados por pentastomídeos”.

É muito raro que a doença se manifeste por infecções oculares, mas, graças aos seus sintomas, elas são um pouco mais fáceis de detectar. O tratamento consiste na remoção cirúrgica dos parasitas, já que, como diz a equipe, o uso de medicamentos antiparasitários pode fazer com que as carcaças das larvas causem uma resposta imunológica perigosa no corpo humano.



Fonte: Externa

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