Juros futuros têm alta expressiva com ruídos políticos e ‘payroll’ forte | Finanças

Redação
por Redação

Os juros futuros fecharam a sexta-feira (5) em alta expressiva, com vértices intermediários e longos exibindo elevação próxima a 10 pontos-base, impulsionados pelos dados de emprego (“payroll‘) acima das estimativas de consenso nos Estados Unidos e pela percepção de piora no risco político local, com as notícias relacionadas à troca da presidência da Petrobras.

No fim do dia, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subiu de 9,95% do ajuste anterior para 10,005%; a do DI para janeiro de 2026 passou de 9,945% para 10,065%; a do DI para janeiro de 2027 avançou de 10,26% para 10,385% e a do DI para janeiro de 2029 saltou de 10,835% para 10,935%.

O ambiente internacional foi, novamente, uma fonte de pressão altista para as taxas globais. A economia dos EUA criou 303 mil novas vagas de emprego em março, número bem acima dos 200 mil previstos pelo consenso de economistas ouvidos pelo “Wall Street Journal”. Além do resultado forte de março, o BLS também revisou o “payroll” de janeiro e fevereiro, adicionando 22 mil novas vagas aos números do primeiro bimestre de 2024.

Assim, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) voltam a subir com força e pressionaram as demais curvas ao redor do mundo. A T-note de 10 anos subiu de 4,317% para 4,406%, enquanto a taxa da T-note de 2 anos — mais sensível à política monetária — avançou de 4,658% para 4,759%.

A reação da curva americana, segundo os profissionais do TD securities, foi relativamente contida se comparada ao tamanho do desvio do dado em relação às expectativas. “Os títulos do Tesouro reagiram reduzindo a precificação de cortes e a curva ganhou um caráter mais achatado. No entanto, a reação foi um tanto silenciosa, dado o tamanho da surpresa dos dados, já que os mercados continuam atentos aos riscos geopolíticos e ao foco do Fed na inflação”, afirmam.

No Brasil, as discussões sobre o futuro da Petrobras continuam no radar dos investidores. A troca do comando da estatal e as incertezas sobre o pagamento de dividendos extraordinários da petroleira contribuem para intensificar a sensação de piora na percepção de risco e têm efeitos negativos sobre os ativos domésticos em geral.

“Tudo isso somado, vai piorando bastante a dinâmica do mercado local”, afirma um operador de renda fixa de uma instituição local. Outro participante nota o componente técnico da piora local e atribui o movimento a uma redução generalizada da exposição ao risco no Brasil.

O movimento de desconfiança aparece na redução da exposição no mercado de juros brasileiros por parte de alguns players locais. Em relatório mensal de gestão, a equipe do Opportunity Total aponta que zerou as posições aplicadas em juros curtos brasileiros após a sinalização mais cautelosa do Banco Central.

Na mesma direção, a ACE Capital encerrou suas posições em juros nominais. “De modo geral, optamos por concentrar as posições aplicadas em economias que entendemos que estão com fundamentos melhores para o corte e/ou com preços mais atrativos. No livro de renda fixa local, zeramos a posição aplicada em juros nominais, mas mantivemos a posição aplicada no juro real”, apontam.

— Foto: Karolina Grabowska/Pexels

Fonte: Externa

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