O volume de ofertas no mercado de capitais brasileiro cresceu 90,7% no primeiro trimestre, para R$ 130,9 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divulgados nesta quinta-feira (11). A captação foi recorde, segundo a entidade, e puxada pelo desempenho da renda fixa, especialmente das debêntures.
“Os fundos, que são os principais motores do mercado de capitais, captaram bastante, o que contribuiu para o resultado”, diz Guilheme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima. “Esperamos que a melhora e a resiliência do mercado no primeiro trimestre permaneça pelo menos nos próximos meses.”
Fatores como a expectativa de queda da taxa básica de juros (Selic) e mudanças nas regras para emissão de certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) e certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) impulsionaram as ofertas de debêntures, que somaram R$ 71,9 bilhões nos três primeiros meses do ano. Só em março, o volume de emissões de debêntures chegou a R$ 41,1 bilhões – o maior volume mensal da série histórica da Anbima. No total, foram 101 emissões concluídas de janeiro a março, sendo que 22 delas movimentaram a partir de R$ 1 bilhão. Os setores de infraestrutura (energia elétrica, transporte e logística e saneamento) representaram quase 43,5% das ofertas e o prazo médio ficou em sete anos.
As debêntures incentivadas, especificamente, movimentaram R$ 19,9 bilhões de janeiro a março, o maior resultado para esse período do ano. Mais da metade do volume captado nos três primeiros meses de 2024 foi por empresas dos setores de energia elétrica e transporte e logística.
Na renda variável, foram quatro ofertas subsequentes de ações (“follow-on”), totalizando R$ 3,8 bilhões. No mesmo período de 2023, as ofertas desse tipo somaram R$ 3,9 bilhões.