O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse à agência atômica das Nações Unidas (AIEA) que a Rússia planeia reiniciar a central nuclear de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia, que as suas tropas ocupam há dois anos, informou o Wall Street Journal.
Nos últimos meses, a Agência Internacional de Energia Atómica, com sede em Viena, recebeu relatórios técnicos da sua pequena equipa de inspectores da central, sugerindo que a Rússia pretende colocar novamente em funcionamento pelo menos um reator em Zaporizhzhia, informou o jornal.
Um diplomata europeu que não foi identificado disse que a Rússia planeja reiniciar o reator para o 40º aniversário da ligação da central à rede eléctrica da União Soviética, em Dezembro de 1984.
Reiniciar um reator em Zaporizhzhia seria um desafio técnico e um marco simbólico para a Rússia, normalizando a apreensão ilegal de uma central que fornecia cerca de um quinto da eletricidade da Ucrânia antes de 2022.
Cinco dos seis reatores da usina estão atualmente desligados – o chamado desligamento a frio. O sexto, em um desligamento a quente, funciona apenas com temperatura suficiente para produzir o vapor que a planta necessita para operações básicas de segurança.
Colocar novamente um reator em operação significaria aumentar a temperatura central em centenas de graus Fahrenheit enquanto uma equipe verifica se há vazamentos em um labirinto de tubos, bombas e válvulas.
Especialistas questionam se o fluxo de água para a usina é suficiente para resfriar um reator ativo após a destruição de uma barragem próxima no ano passado, informou o WSJ.
A AIEA realizou esta semana uma reunião de emergência para discutir o risco crescente de um acidente numa fábrica após uma série de ataques armados de drones no local, que a Ucrânia e a Rússia atribuem uma à outra.
Os ataques de drones em 7 e 9 de abril atingiram a lateral do prédio de um reator e pareciam ter como alvo os links de comunicação, de acordo com monitores estacionados na usina.