Risco Brasil tem forte queda após elevação de rating pela Moody’s | Finanças

Redação
por Redação

Na esteira da elevação da nota de crédito soberana brasileira pela agência de classificação de risco Moody’s para ‘Ba1’, apenas um nível abaixo do grau de investimento, o risco Brasil medido pelo spread dos contratos de CDS de cinco anos (um seguro contra calotes) exibiu alívio bem mais relevante que o de outros emergentes. A queda do risco país indica, assim, que houve reflexos positivos nos preços dos ativos domésticos, embora tanto o câmbio quanto as curvas de juros tenham se afastado dos melhores momentos do dia, observados já na abertura da sessão.

“É uma boa notícia, que nos deixa a apenas um passo para retomar o grau de investimento”, diz o economista-chefe do C6 Bank, Felipe Salles, para quem, contudo, ainda há algumas questões pela frente antes de o grau de investimento ser retomado. Ele avalia que seria importante manter a inflação controlada e em níveis baixos, além de manter as contas externas saudáveis. “Por outro lado, a parte fiscal é, de fato, um ponto fraco. É o calcanhar de Aquiles da economia brasileira há bastante tempo”, enfatiza.

Para Salles, seria importante o Brasil conseguir estabilizar ou mesmo reverter a dinâmica da dívida pública para conquistar o grau de investimento, além de manter o bom desempenho do crescimento. “E para que nós tenhamos convicção de que vamos conseguir manter [o crescimento mais forte] seria importante ver um ganho maior de produtividade. Por ora não temos visto sinais muito claros de que isso está acontecendo, mas seria importante agora ter maior convicção de que, de fato, a produtividade brasileira esteja aumentando”, afirma o economista, que cita, ainda, a necessidade de avançar nas reformas econômicas, como a administrativa.

Na visão do economista-chefe da XP Asset Management, Fernando Genta, a Moody’s tem sido uma agência que prioriza o crescimento econômico “e, de fato, o Brasil vem crescendo bem, mas eu acho que é o máximo que a gente consegue alcançar”, diz. Na sua visão, a questão fiscal se mostrará “cada vez mais desafiadora”, o que pode impedir que o Brasil alcance o selo de grau de investimento no futuro próximo.

“Se duas das três agências tiverem grau de investimento [para o Brasil], abriria espaço para o investimento institucional lá de fora. Isso poderia pressionar para baixo o juro longo, o que é benigno para o país. Mas a gente continua achando que o fiscal vai se mostrar cada vez mais desafiador”, afirmou Genta durante a transmissão ao vivo do “call” de outubro da XP Asset, em que a gestora abordou o seu cenário-base e as principais alocações no momento.

Fonte: Externa

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