O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed) de Chicago, Aston Goolsbee, disse nesta sexta-feira (19) que o progresso da desinflação está estagnado e que o banco central terá que manter os juros elevados e ‘esperar para ver’ os efeitos.
“A inflação está muito acima do nível que nos deixaria confortáveis. Depois de recuar muito na segunda metade de 2023, será mais difícil prosseguir com a queda na inflação em 2024 em igual ritmo”, disse ele, que acredita que o processo de desinflação à frente será mais lento e gradual do que o inicialmente esperado. “Faz sentido esperar para ter clareza sobre cenário [com a entrada de outros dados] antes de agir”.
Segundo ele, não está claro se é o crescimento do PIB e o mercado de trabalho aquecido que estão impactando a inflação. “Nem todos os dados indicam um superaquecimento do mercado de trabalho”, disse.
Goolsbee afirmou que inflação de moradia é o principal problema. “Se aluguéis não caírem, será mais difícil atingir a meta de 2% da inflação”, disse. Para ele, atingir o ‘caminho dourado’, queda da inflação sem aumento no desemprego, será mais difícil em 2024.
Segundo ele, o Fed fez um bom trabalho no mandato de pleno emprego mas não no mandato de estabilidade de preços.
O presidente da distrital de Chicago não descartou outra alta nos juros se os dados indicarem que é necessário, mas não quis especular sobre possíveis cortes ou altas nos juros. “Não é produtivo”, disse. Para ele, a política está bastante restritiva e em um lugar apropriado.