Em entrevista à CNN, o porta-voz militar de Israel, Jonathan Conricus, comentou sobre o ataque iraniano contra Israel e as possíveis retaliações.
Conricus afirmou que o ataque do Irã, envolvendo cerca de 300 mísseis e drones, não foi bem-sucedido, já que 99% dos projéteis foram interceptados. Apenas uma garota ficou ferida no sul de Israel, resultando em poucos danos.
Tempo para estratégia
Segundo o porta-voz, esse cenário dá bastante tempo ao Gabinete de Guerra de Israel para pensar em uma boa estratégia de resposta. Ele ressaltou a importância de coordenar com os Estados Unidos e outros aliados, de forma a não prejudicar os interesses americanos.
Conricus também destacou que, apesar da conquista tática, a principal questão ainda é a situação em Gaza, onde reféns estão presos há 190 dias. Ele sugeriu que Israel pode voltar a focar nessa questão urgente com o Hamas após a operação bem-sucedida contra o Irã.
Pressão sobre Netanyahu
Questionado sobre a pressão que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfrenta devido a questões nacionais, como a luta em Gaza e na fronteira com o Hezbollah no Líbano, Conricus avaliou que, por enquanto, não parece haver uma pressão significativa do público israelense para uma resposta imediata.
Ele explicou que, durante a reunião do Gabinete de Segurança, apenas dois ministros votaram contra autorizar Netanyahu, Benny Gantz e Youav Galant a tomar uma decisão sobre a resposta, o que pode resultar em não haver uma reação imediata. Conricus acrescentou que os elementos mais radicais no gabinete estão agora irrelevantes para a tomada de decisão.
Significado do ataque iraniano
Conricus considera o ataque iraniano diretamente de seu território um momento divisor de águas. Segundo ele, o Irã “saiu das sombras” e não utilizou a conveniência de seus aliados, como costumava fazer. Nas leis da guerra, se um país é atacado, precisa retaliar, caso contrário, abre as portas para novos ataques.
O porta-voz israelense acredita que os iranianos estavam cientes das consequências de atacar diretamente de seu território, o que pode forçar Israel a retaliar em solo iraniano. Ele questionou qual a estratégia de Israel: apenas uma resposta contra alvos iranianos, diminuir as atividades terroristas regionais do Irã ou lidar com o programa nuclear iraniano.
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