Após concorrer à Presidência da República nas eleições de 2022, Padre Kelmon lançou nesta sexta-feira (8) oficialmente sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo ao se filiar ao PRTB. O anúncio foi feito em um vídeo compartilhado em seu perfil no Instagram.
No vídeo, Kelmon expressa gratidão por se juntar ao partido fundado por Levy Fidelix e declara ter muitos planos para a cidade. Ele afirma:
“Hoje eu estou anunciando publicamente que a minha pré-campanha, minha pré-candidatura será pelo PRTB, logo vamos marcar a filiação, vamos marcar um ato presencial para este momento tão importante na vida do partido e na minha vida também”, disse ele.
Com essa mudança, Kelmon deixa o PTB, seu antigo partido, que se unirá ao Patriota para formar uma nova sigla, o PRD. No PRTB, o pré-candidato não terá acesso ao horário eleitoral gratuito nem poderá participar de debates.
Seu vice será o Pastor Manoel Ferreira, que também apareceu no Instagram do Padre, em um vídeo no qual afirma que os dois planejam “combater o comunismo e a invasão de propriedades” com base em seus valores cristãos.
Padre Kelmon, nascido na Bahia e com 47 anos, se define como ortodoxo, embora nunca tenha sido sacerdote das igrejas da comunhão ortodoxa no Brasil, como revelou a coluna de Malu Gaspar durante as eleições de 2022. Ele ganhou notoriedade em grupos conservadores por seu discurso combativo contra a esquerda, celebrando missas e batismos na Bahia.
Kelmon foi escolhido como cabeça de chapa do PTB em 2022 após a candidatura de Roberto Jefferson, então presidente da sigla, ser indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Durante a campanha, o religioso chamou atenção por confrontar Jair Bolsonaro (PL) em debates e por atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Apesar de suas credenciais frágeis, Kelmon foi recebido pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, e participou de convocações para atos de cunho golpista em setembro de 2021. Vestindo batina, ele apareceu nas urnas em 2022 e se declara admirador de políticos conservadores já falecidos, como Levy Fidélix e Enéas Carneiro, usando seu canal no YouTube para criticar a “islamização” e a “perseguição” a cristãos no Brasil, apesar de já ter sido filiado ao PT no passado.