No que concerne a reforma agrária em particular, houve uma retomada de ações do governo, mas com pouca alteração substancial na orientação do Estado brasileiro. Em 2023, o número de terras adquiridas pela União para serem destinadas à reforma agrária terminou zerado pelo terceiro ano seguido.
O orçamento previsto para a reforma agrária em 2024 seria o menor de todos os governos petistas até então, chegando no máximo até — nas palavras do próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad — R$ 500 milhões, insuficiente para retomar uma política consistente de aquisição de terras e de apoio à produção, comercialização e geração de trabalho e renda nos assentamentos.
Relatório Conflitos no Campo
À coluna, na semana passada, o coordenador nacional da CPT, Carlos Lima, criticou o que chamou de “falta de plano” do governo federal para a reforma agrária ao comentar o programa Terra da Gente, lançado pelo presidente Lula, em Brasília.
Eles não apresentaram um plano para a reforma agrária. O que Lula apresentou agora, a chamada prateleira de terra, não é um plano. Muitas dessas terras estão sendo utilizadas pelo agronegócio, grandes devedores que têm terra. Então, [o governo] não tem a intenção de realizar a reforma agrária.
Carlos Lima