Na ausência de programas e políticas públicas de acolhimento, um dos caminhos pode ser seguir os conselhos de “desenvolvimento masculino” de influenciadores.
“Homens precisam pedir ajuda, mas precisam pedir ajuda para as pessoas certas”, afirma Thiago Schutz.
“Se estou emocionalmente sobrecarregado e pensando em tirar minha própria vida, vou sentar com uma psicóloga de 25 anos, recém-formada numa faculdade federal, enviesada pelo feminismo? Não quero falar de sentimentos. Sou um homem, racional. Quero resolver o problema”, diz.
Intervalos de envio de conteúdo misógino nas mensagens do Telegram abrem espaço para desabafos sobre problemas de socialização no trabalho, na faculdade ou em casa.
“Homens também sofrem com a masculinidade. A diferença é que eles transformam esse sofrimento em mais violência. A mulher sofre duas vezes: a violência do patriarcado e a violência daquele homem”, explica Bruna Camilo, pesquisadora de estudos de gênero na PUC-MG.
Indicadores socioeconômicos do Dieese de 2023 revelam que mulheres ganham 21% menos que homens, realizando o mesmo trabalho, apesar de 50,8% delas liderarem lares.
E mais: 53,6% dos feminicídios são praticados pelos próprios companheiros, apontam dados de 2022 do Fórum de Segurança Pública.