O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) classificou como “estarrecedora e inadmissível” a ação do policial militar que jogou um homem de uma ponte na capital paulista na noite de segunda-feira. O governo de São Paulo diz ter afastado 13 policiais envolvidos direta ou indiretamente no ato violento.
Costa criticou os casos de violência policial registrados em São Paulo. “Os episódios recorrentes de descumprimento dos comandos legais por parte de alguns agentes públicos nos deixam mais longe da tão almejada paz social”, disse.
Na noite de ontem, um homem foi jogado de cima de uma ponte no bairro de Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo, por um policial, em cena gravada por uma testemunha. No vídeo, é possível ver quatro policiais militares, que integram o 24º Batalhão da PM, em Diadema, na Grande São Paulo.
O ato de violência, somado a outras ações recentes de policiais de São Paulo, como a morte de um menino de quatro anos no litoral paulista e de um homem que morreu depois de levar 11 tiros nas costas em um mercado na capital paulista, geraram forte repercussão.
“Muito chocante a imagem de um PM jogando um homem de uma ponte em São Paulo. O caso ocorre em meio ao recrudescimento da violência policial no Estado. É crucial que o Ministério Público de São Paulo investigue minunciosamente e que os envolvidos sejam responsabilizados”, afirmou a Human Rights Watch, organização de defesa dos direitos humanos, que criticou também o aumento da letalidade policial no Estado.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) defendeu a PM e disse que a instituição “preza pelo profissionalismo na hora de proteger as pessoas”. “Aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda”, afirmou em publicação na internet. “Esses casos serão investigados e rigorosamente punidos.”
O secretário estadual de Segurança, Guilherme Derrite (PL), disse que a ação do policial “não encontra respaldo nos procedimentos operacionais da Polícia Militar” e afirmou ter determinado o afastamento de todos os agentes envolvidos. Segundo Derrite, os policiais afastados cumprirão procedimento administrativo na corregedoria da PM “até que todos os procedimentos administrativos sejam sanados”. “Ações isoladas como essa não podem denegrir (sic) a imagem de uma instituição que tem quase 200 anos de bons serviços prestados”, afirmou Derrite, em vídeo publicado na internet. “Não vamos tolerar nenhum tipo de desvio de conduta”.
“Anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais. Policial não atira pelas costas em um furto sem ameaça à vida e não arremessa ninguém pelo muro. Pelos bons policiais que não devem carregar fardo de irresponsabilidade de alguns, haverá severa punição”, disse Derrite.