Montanha-russa da Petrobras: como se proteger dos riscos de ações de estatais? 

Redação
por Redação




Estabilidade não é algo esperado por quem tem ações da Petrobras (PETR4) na carteira. No último mês, especialmente, o papel foi sacudido por notícias sobre a distribuição de dividendos extraordinários e, agora, por rumores sobre a troca do CEO da companhia.

O vai e vem do ativo mostra ao investidor o risco extra que as ações controladas pelo Estado carregam e acende um alerta sobre como se proteger da volatilidade.

Além da gigante do petróleo, a Bolsa brasileira ainda tem empresas como Banco do Brasil, BB Seguridade, Sabesp, Cemig, Banrisul e Copasa. Carlos Daltozo, chefe de análise da Eleven Financial, avisa ao investidor que se interessa por esses ativos: “o mercado os penaliza, é questão do tamanho do seu apetite por risco”. 

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Quais os riscos de governança de estatais? 

A grande preocupação do mercado com empresas controladas pelo governo federal ou estaduais é que as decisões tomadas não foquem na saúde financeira da companhia ou no retorno aos acionistas, como explica Vitor Sousa, analista da Genial Investimentos. “Toda empresa estatal está sujeita a esse tipo de decisão e o investidor precisa ficar de olho”, diz.

Como as estatais dependem da visão do poder executivo, que muda a cada quatro anos, analisar os fundamentos dessas empresas pode ser uma tarefa difícil, já que eles “podem mudar do dia para a noite, como foi com a política de dividendos da Petrobras”, segundo Daltozo. 

Outro aspecto importante envolvendo a governança de estatais como Banco do Brasil, Sabesp ou Banrisul é que as ações dessas empresas geralmente operam com desconto na comparação com pares do mesmo setor. “BB, por exemplo, tem desconto histórico na faixa de 30% na comparação com os outros grandes bancos privados”, exemplifica o especialista da Eleven. 

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O que o investidor deve fazer?

Diante dos riscos que o mercado enxerga – e precifica – para a governança das estatais, comprar a ação “no preço certo” é essencial: “é preciso embutir os riscos no ativo para se proteger contra eventuais danos” que o comando das empresas pode causar, segundo Sousa. 

Mesmo quando a ação da Petrobras quase dobrou de preço em menos de um ano – PETR3 saiu de R$ 25,34 em maio do ano passado para R$ 44,49 há dois meses – a Eleven não mudou a recomendação neutra para o papel, justamente por causa da governança da companhia. Isso aconteceu porque a casa já previa mudança na política de dividendos, segundo Carlos Daltozo. 

Para o investidor, a lição que fica é de limitar a exposição a estatais, ainda mais em momento de volatilidade, como o que a Petrobras atravessa. 

Na Genial, a recomendação para Petrobras também é neutra e só vai mudar quando o valuation da companhia estiver “muito baixo”, de acordo com Sousa, que explica: “o risco de intervenção eventualmente se materializa e traz prejuízo ao investidor”.

Apenas estatais têm riscos de governança? 

Segundo os analistas, não. Daltozo cita o caso de Vivara, onde Nelson Kaufman voltou ao cargo de CEO após mais de uma década e saiu, novamente, do comando da empresa dez dias depois do anúncio da volta. “É preciso avaliar os aspectos de governança em qualquer empresa que vamos analisar”, diz o especialista. 

Em resumo, as empresas privadas também precisam passar por uma avaliação minuciosa de seus controladores antes que o investidor decida aportar em suas ações. Porém, as estatais têm “uma estrelinha a mais” nesse quesito, como define Carlos Dalzoto. 

Fonte: Externa

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