A ministra da Saúde, Nísia Trindade, participou nesta sexta-feira (19) em Ribeirão Preto (SP) do encontro da Frente Nacional de Prefeitos e Prefeitas (FNP) para debater estratégias de enfrentamento à epidemia de dengue no país.
De acordo com Nísia, 75% dos focos do mosquito Aedes aegypti estão nas casas, o que exige um esforço conjunto da população contra os criadouros.
Mesmo com a oferta limitada de vacinas, na quarta-feira (17), o Ministério da Saúde precisou ampliar, de forma temporária, a faixa etária da campanha devido à proximidade de vencimento em 30 de abril de 668 mil doses já adquiridas. Conforme a disponibilidade nos municípios, agora, pessoas dos 4 aos 59 anos podem ser imunizadas.
Ainda assim, a ministra fez um apelo para que os pais levem crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, anteriormente priorizadas na campanha, para serem vacinadas.
“Infelizmente estamos vendo muitas famílias que não estão levando suas crianças e seus jovens. Então vamos vacinar em todos os locais na faixa etária que foi já recomendada.”
A ministra disse que o Ministério da Saúde destinou R$ 1,5 bilhão em recursos para cidades que entraram em emergência por causa da doença. As verbas estão sendo repassadas a partir da apresentação dos planos elaborados pelos municípios para o enfretamento à dengue.
Em Ribeirão Preto, são seis mortes e 14.402 casos confirmados de dengue desde janeiro. O prefeito Duarte Nogueira (PSDB), que é vice-presidente da FNP, disse que a cidade recebeu 11 mil doses para imunizar crianças, mas que elas não são suficientes.
“Estou oficiando a ministra, pedindo mais novas doses para que possamos ampliar a grade de faixa etária, para uma cobertura mais completa e garantir a imunização, evitar que as pessoas fiquem doentes. Mas, ao vacinar, não podemos deixar as atitudes corretas, como evitar os criadouros dentro de casa que permitam a reprodução do mosquito.”
Segundo Nogueira, o encontro com a ministra também permitiu aos prefeitos participantes o debate para a obtenção de melhorias na atenção primária.
“O financiamento da saúde, a parte de saúde básica, a constituição de equipes da saúde da família. Vamos discutir com a ministra da Saúde também o financiamento da média e da alta complexidade, que são os hospitais que fazem as cirurgias mais especializadas.”
Nísia disse que o governo federal está priorizando recursos para o aumento das equipes de atenção básica e destinando R$ 1,2 bilhão para a realização de cirurgias eletivas, aquelas que não são urgentes, para reduzir o tempo de espera das pessoas no SUS.
A ministra afirmou também que uma das prioridades do ministério é acelerar o agendamento de consultas e exames.
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