O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (20), ao comentar o crescimento dos gastos públicos, que seu governo vai continuar reajustando o salário mínimo de acordo com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
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Lula defendeu que, melhorar a qualidade da saúde e da educação é um “gasto necessário”.
A afirmação foi feita poucos dias após a equipe econômica admitir que estudava propor a alteração das regras orçamentárias para saúde e educação de forma a aproximar o crescimento dessas despesas à lógica do arcabouço fiscal, que limita o conjunto dos gastos federais a uma alta real de até 2,5% ao ano.
“Minha mãe dizia que a gente não podia gastar o que não temos. É assim que eu governo o Brasil, não quero gastar o que não tenho e não quero gastar mal. Melhorar a qualidade da saúde, da educação, é um gasto necessário. Vamos continuar aumentando o salário mínimo de acordo com o crescimento do PIB”, disse Lula em entrevista à rádio Verdinha, de Fortaleza, no Ceará.
“Tudo que o governo faz é considerado gasto. O que temos que responder é quanto custa não fazer as coisas necessárias para o país”, complementou. Em seguida, o presidente voltou a reafirmar que pretende cumprir sua promessa de isentar, até 2026, o Imposto de Renda (IR) para quem ganha até de R$ 5 mil por mês.
Em relação aos gastos públicos, após repercussão negativa em torno da proposta avaliada pela Fazenda, o ministro da pasta, Fernando Haddad, afirmou que esse é apenas um dos “vários cenários discutidos” pelo governo. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, foi na mesma direção e disse, na ocasião, que a revisão dos pisos não é prioridade da equipe econômica.
No sábado (15), o presidente Lula já havia abordado a questão do crescimento dos gastos em entrevista a jornalistas no sul da Itália. Ele rechaçou a ideia de seu governo limitar o crescimento real de gastos com saúde e educação e afirmou que não fará ajuste fiscal “em cima dos pobres”.