Ibovespa recua de olho em emendas parlamentares e acumula queda de 1,50% na semana | Finanças

Redação
por Redação

O Ibovespa recuou no penúltimo pregão do ano em dia de volatilidade elevada e liquidez reduzida. A alta dos juros futuros pressionou as ações domésticas, enquanto investidores analisaram dados macroeconômicos e novidades sobre o pagamento das emendas parlamentares. Ao todo, 26 ações terminaram estáveis, o que indica falta de disposição para negociações nesta reta final do ano.

O impasse em torno do pagamento das emendas parlamentares pode atrasar, ou até mesmo dificultar, a aprovação do Orçamento de 2025. Pela manhã, o ministro Flávio Dino do Supremo Tribunal Federal (STF) cobrou explicações da Câmara dos Deputados sobre a liberação de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão. Dino reiterou que faltam transparência e rastreabilidade dos recursos e deu até as 20h para que Legislativo apresente novas respostas.

A notícia causou uma piora adicional nas taxas de longo prazo e, assim, afetou os papéis ligados à economia doméstica. Entre as maiores perdas, Vamos ON e Carrefour ON, que recuaram 7,17% e 4,62%, respectivamente. Na ponta positiva ficou a Brava ON, com valorização de 10,64%, em dia de alta do petróleo e após informar que negocia mandato com dois bancos para assessorar na avaliação de potenciais transações de parceria ou venda de ativo.

Já os frigoríficos caíram em bloco, diante da notícia de que a China iniciará uma investigação sobre a importação de carne bovina. Nesse sentido, JBS ON caiu 2,64% e BRF ON cedeu 2,63%.

No cenário macroeconômico, o núcleo do IPCA-15 de dezembro veio abaixo do esperado, com alta de 0,34%, ante expectativa de avanço de 0,44%. Ainda assim, a composição do índice não foi tão positiva, uma vez que os serviços subjacentes subiram de 5,33% para 7,99% na média móvel de três meses anualizada e dessazonalizada. A média dos núcleos também aumentou de 4,35% para 5,05%, o que causou cautela entre os investidores.

No início de dezembro, o J.P. Morgan realizou uma conferência sobre oportunidades no Brasil. Segundo a equipe do banco, o maior aprendizado foi que os investidores locais estavam mais negativos do que o imaginado e, como resultado, o humor piorou entre os investidores estrangeiros. “Os estrangeiros chegaram com uma visão mais neutra, mas foram contaminados pelos locais”, afirma o banco. A política fiscal foi o principal tema do evento, especialmente o pacote de contenções de despesas, considerado muito abaixo das expectativas.

Em relatório mais recente, a equipe liderada por Emy Shayo Cherman avalia que o mês de novembro foi muito difícil para as ações brasileiras, já que cerca das 140 ações cobertas pelo banco, apenas 22 avançaram, com o desempenho médio de recuo entre 12% e 8%. Os papéis defensivos e de exportadoras foram os que mais se destacaram no período de forte alta do dólar, como Weg, JBS, BRF, Gerdau e Klabin.

Fonte: Externa

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