Dezessete das 69 universidades federais estão em greve desde segunda-feira (15). Docentes reivindicam aumento salarial de 22% e orçamento maior para as instituições.
Raio-X
- Universidades federais precisam de R$ 2,5 bilhões a mais no orçamento para se sustentar neste ano, segundo estudo da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior).
- R$ 5,8 bilhões, o montante aprovado para 2024, não é suficiente — nas contas da Andifes, é equivalente ao orçamento de 2008 se corrigida a inflação. Em 7 de março, o Ministério da Educação anunciou R$ 250 milhões adicionais. Em 16 de abril, o ministro Camilo Santana afirmou que o governo deve disponibilizar novos recursos para atender as demandas dos docentes e servidores técnico-administrativos em greve.
- Desde 2014, universidades vêm patinando devido a cortes orçamentários. Os contingenciamentos se intensificaram em 2016, sob Michel Temer (MDB), e entre 2018 e 2022, no governo Jair Bolsonaro (PL).
- Após a vitória de Lula (PT), as federais esperavam retomada de investimentos na área. Apesar do slogan do governo “a ciência voltou”, elas se surpreenderam com o orçamento menor.
2023 melhorou, mas 2024 piorou. A situação será dramática para as federais mais jovens. As universidades estão acumulando dívidas e muitas já avisaram que, no segundo semestre, não terão mais dinheiro para continuar
Márcia Abrahão, reitora da UnB (Universidade de Brasília) e presidente da Andifes