A chegada da grande final do Big Brother Brasil 2024 é uma ótima oportunidade para refletirmos sobre a saúde mental. De acordo com estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um bilhão de pessoas no mundo enfrentam algum tipo de transtorno psicológico. E um programa como o BBB traz à tona questões importantes, já que muitos dos participantes entram na casa com históricos de transtornos mentais não tratados.
Quando colocados em situação de confinamento, a soma da exposição extrema (câmeras, público e votos) e pressão intensa resulta em desafios significativos para a saúde mental dos participantes. As rotinas altamente modificadas e o isolamento social trazem mudanças drásticas, privando os jogadores de sua sensação de segurança pessoal.
Essa situação pode aumentar o risco de surtos psicóticos, como vimos ocorrer nesta edição, com Vanessa Lopes. A participante pediu para sair do programa após crises de estresse, insônia e ansiedade.
Outro fator importante a se considerar é o convívio 24 horas por dia com pessoas desconhecidas e a constante pressão imposta pelas dinâmicas do programa, que aumentam a vulnerabilidade emocional dos participantes. Muitos podem perder o controle, especialmente aqueles com transtornos mentais não diagnosticados ou não tratados.
Um exemplo marcante foi o caso de Yasmin Brunet, que foi exposta diariamente a críticas e piadas sobre sua alimentação e corpo, gatilhos conhecidos para quem sofre com o transtorno de compulsão alimentar.
O fim do BBB 24 nos lembra da necessidade de priorizar a saúde mental sob toda e qualquer circunstância, especialmente em ambientes desafiadores como um confinamento. Somente com o cuidado e a atenção adequados podemos garantir que todos os participantes saiam vencedores desta experiência, isto é, com a saúde mental intacta
*Juliana Orrico é psicóloga e mestre em Família na Sociedade Contemporânea.
(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)