O coordenador da iniciativa do Drex no Banco Central, Fabio Araujo, disse em evento que as soluções de privacidade para o desenvolvimento da versão tokenizada do real até o meio do ano “devem estar mais amadurecidas”, mas ainda não estarão prontas para produção.
Araujo diz que há três resultados possíveis: a descoberta de que a tokenização do real com privacidade não vai acontecer e a tecnologia não estará pronta nos próximos anos, algo que está praticamente descartado, a de que tudo já está resolvido e o Drex já poderá ser adotado, o que também é improvável, e o cenário base de que os obstáculos são grandes, mas há caminhos para trabalhar e avançar com a infraestrutura.
O blockchain é uma tecnologia que foi criada em 2008 para operacionalizar o desenvolvimento do bitcoin e tinha como um dos seus princípios fundamentais a transparência. Sabendo de quem é uma determinada carteira em um blockchain tradicional, todos podem monitorar as movimentações desta carteira, descobrindo quanto dinheiro foi enviado, para quem e quando.
Na hora de desenvolver uma versão cripto da moeda brasileira, a legislação de sigilo bancário impunha que o BC fosse capaz de garantir a privacidade dos usuários ao utilizarem a rede. É isso que está sendo testado na etapa atual do projeto do Drex.
Para Araujo, um dos próximos passos é discutir os casos de uso com os parceiros do piloto para amadurecer a gestão de contratos inteligentes dentro deste ambiente. O coordenador do BC defendeu que o Drex deverá facilitar muito o acesso da população a modalidades de investimento diferentes da caderneta de poupança. “Tem muita gente que desiste de comprar título público por causa da dificuldade, enquanto com poucos cliques nos aplicativos dos bancos conseguimos comprar cripto. No ambiente do Drex seria muito mais fácil comprar títulos públicos”, comentou.
As declarações de Fabio Araujo foram feitas em painel no WebSummit, que ocorre no Rio de Janeiro.