Com recuo do milho, Mato Grosso vê chance de ampliar culturas alternativas

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por Redação

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O milho, um dos principais produtos do agronegócio, está perdendo espaço 

Os produtores rurais de Mato Grosso, maior Estado agrícola do país, reduziram em 10% a área plantada com milho segunda safra nesta temporada, com os preços baixos do cereal abrindo portas para culturas alternativas.

O milho de segunda safra é semeado imediatamente após a colheita da soja e representará em 2024 cerca de 77% da produção brasileira do cereal, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

“Eu mesmo estou desanimado para plantar milho nos próximos anos; já vou diminuir a área mais um pouco no ano que vem e partir para outras opções”, disse o produtor José Soares, acrescentando que está experimentando canola nesta temporada e que outros estavam cultivando gergelim, mungo-verde, grão-de-bico e mamona.

Mas eles afirmam que a diversificação pode mantê-los competitivos devido aos ciclos das commodities.

Este ano, antes do início da colheita da segunda safra de milho, os agricultores de Mato Grosso disseram que a soja foi suficiente apenas para cobrir os custos depois que um forte El Niño no Centro-Oeste do Brasil trouxe calor e seca excessivos.

Isso reduziu a produção brasileira, embora a grande oferta sul-americana tenha mantido baixo os preços da soja.

Chuvas abundantes em abril, depois de um março seco, aumentaram a confiança dos produtores de que a segunda safra de milho e a produção serão robustas este ano, de acordo com agricultores mato-grossenses.

Mas a ampla oferta da China pode significar que o país asiático precisará de menos milho do Brasil.

“O milho mais barato do mundo está aqui no Mato Grosso”, disse Soares, que reduziu sua área de milho de segunda safra em cerca de 15% em 2024.

Cayron Giacomelli disse que plantou milho dentro da janela climática ideal, embora em uma área 15% menor. Depois que a janela se fechou, ele se voltou para o gergelim e outras culturas de cobertura.

Devido ao baixo preço do milho, Giacomelli disse que vendeu cerca de 45% de sua produção estimada de safrinha, em comparação com cerca de 80% no mesmo período do ano passado.

Ao contrário dos outros, Endrigo Dalcin disse que aumentou sua plantação de milho safrinha, mas que também apostou no gergelim porque “é uma cultura mais barata, tem menos riscos e o preço estava muito bom”.

“Vamos passar uns dois ou três anos difíceis na agricultura”, disse ele. “Estamos há 44 anos na lavoura, temos esses altos e baixos.”



Fonte: Externa

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