Parlamentares recebiam repasses do grupo criminoso, diz MP. Segundo a investigação, com base em áudios e mensagens extraídos com autorização judicial, Flávio Batista de Souza, o Inha (Podemos), que atuava em Ferraz de Vasconcelos, tratava diretamente com o dono de uma das empresas envolvidas no esquema. O MP também vê indícios de pagamentos a Ricardo Queixão (PSD), vereador de Cubatão.
Os três vereadores foram presos durante a operação do MP. A ação também prendeu Áureo Tupinambá de Oliveira Fausto Filho, advogado que representa André de Oliveira Macedo, o André do Rap, apontado pelas autoridades como envolvido no tráfico internacional de drogas. A prisão ocorreu pela atuação dele como funcionário comissionado da Câmara de Cubatão —e não em decorrência do exercício da advocacia.
Como funcionava o esquema
Grupo simulava concorrência, diz o MP. De acordo com a investigação, havia “alternância dessas empresas na celebração dos contratos com a administração pública”, em possível fraude em pregão, com direcionamento para as empresas envolvidas no esquema. Algumas delas, inclusive, criadas apenas para perder as disputas em licitações públicas, simulando concorrência com integrantes do mesmo grupo.
Uma denúncia anônima que deu início à investigação indicava a participação de servidores públicos em editais em troca de propina. Segundo o relato, o esquema com pregões fraudulentos ocorria nos municípios do Alto Tietê.