O presidente dos EUA, Joe Biden, classificou neste sábado o ataque israelense que matou Hassan Nasrallah, chefe do grupo político-paramilitar Hezbollah, como uma “medida de justiça” após o seu reinado de terror de quatro décadas. Os comentários foram feitos depois que o grupo libanês Hezbollah confirmou no sábado que Nasrallah, um dos fundadores do grupo, foi morto em um ataque aéreo israelense em Beirute no dia anterior.
Os ataques do Hezbollah contra os interesses dos EUA incluem o caminhão-bomba contra a embaixada dos EUA e o quartel-general das forças multinacionais em Beirute, em 1983, bem como o sequestro do chefe da estação da Agência Central de Inteligência (CIA) em Beirute, que morreu como prisioneiro. Os Estados Unidos afirmam que os líderes do Hezbollah armaram e treinaram milícias que mais tarde realizaram ataques às forças americanas durante a guerra no Iraque.
A Casa Branca considera a morte de Nasrallah um duro golpe para o grupo. Ao mesmo tempo, o governo dos EUA tem agido com cautela ao tentar evitar que a guerra de Israel com o Hamas, que, tal como o Hezbollah, é apoiado pelo Irã, se transformasse num conflito regional. Na sexta-feira, a Casa Branca e o Pentágono indicaram publicamente, logo após o ataque, que Israel não alertou sobre a operação.
A confirmação da morte de Nasrallah ocorre numa semana que começou com os principais conselheiros de segurança de Biden trabalhando em atividades suplementares na Assembleia Geral da ONU para construir apoio a um cessar-fogo de 21 dias na guerra entre Israel e o Hezbollah, o que poderia dar nova vida às tentativas de alcançar uma trégua em Gaza.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez um discurso desafiador na sexta-feira à ONU, prometendo manter as operações contra o Hezbollah até que dezenas de milhares de cidadãos israelenses deslocados por ataques de foguetes possam retornar para casa. Pouco depois, Israel realizou o ataque que matou Nasrallah.