Definitivamente, é complicado comparar o corpo humano a uma máquina. Se assim fosse, bastaria recarregá-lo na tomada ou encher o tanque para seguir em frente. Energia ou combustível na medida — nem mais nem menos. Mas a gente come, e não só para sobreviver.
Come uma porção de coisas, algumas saudáveis, outras nem tanto ou nem um pouco. Come para matar a fome, inclusive a emocional. Come, sozinho ou em companhia, para se desenvolver e ser feliz. Por isso, a matemática da alimentação não é tão exata, ao menos na vida real.
O leitor e a leitora que nos acompanham já devem ter uma boa noção de como montar seu cardápio a fim de agradar o paladar sem desagradar o organismo. Não tem segredo: como a ciência vem iluminando há algum tempo, o roteiro é priorizar refeições mais naturais, com alimentos frescos e grande parte deles de origem vegetal, e maneirar — quando não evitar — os ultraprocessados, produtos industrializados que costumam ter um perfil nutricional mais desequilibrado, além de uma miríade de aditivos.
Parece tão simples assim, resumido numa frase. Mas a teoria está distante da prática. E essa dissonância, além de repercutir no bem-estar de cada um, transformou-se numa questão de saúde pública. Falta de tempo, de dinheiro, de informação, de opções… Diversos fatores dificultam a tradução das orientações ancoradas nos estudos em hábitos. E é assim que se estende o abismo entre a teoria e… o prato.
É assim que a população — especialmente quem passa algum aperto financeiro — cai de boca em salgadinhos, biscoitos e macarrão instantâneo, abrindo mão de arroz, feijão, mandioca, ovo e salada. É assim que, conjugando-se aos efeitos do sedentarismo e da sobrecarga mental, o brasileiro engorda e se expõe, cada vez mais cedo, a doenças crônicas.
Seria bem mais fácil se fôssemos robôs. Só que, aí, deixaríamos de provar o sabor da vida.
Prêmio no ar: em busca de quem faz a diferença
É sempre vibrante anunciar o início de uma edição do nosso Prêmio VEJA SAÚDE & Oncoclínicas de Inovação Médica. Pois a temporada 2024 começa mais cedo, agora em abril, a fim de captar pesquisas, campanhas, projetos e invenções no campo da saúde com resultados ou potencial de produzir avanços científicos e melhorar a vida dos brasileiros.
Neste ano, estreamos duas novas — Telemedicina e Plataformas Digitais e Inteligência Artificial na Transformação da Saúde —, que se juntam às seis já existentes — Genômica, Prevenção e Promoção à Saúde, Tecnologias Diagnósticas, Tratamentos, Medicina Social e Engajamento e Empoderamento do Paciente. Se você trabalha na área e tem uma iniciativa que merece ser reconhecida, acesse o site e participe.